Soninha quer expor as suas propostas para a cidade, enquanto Marta e Alckmin fogem dos debates


A candidata do PPS à Prefeitura de São Paulo, Soninha Francine, quer expor as suas propostas para a cidade. Pena que nem todos os candidatos pensam assim, e fogem do debate e da comparação de idéias. No vídeo acima, por exemplo, Soninha responde se vai dar continuidade às medidas que deram certo em São Paulo, mesmo que criadas por outros prefeitos, como os CEUs (Centros Educacionais Unificados) e a Lei da Cidade Limpa, para citar apenas duas iniciativas. A resposta, óbvia: Vai! Claro que vai!

Mas e os outros? Cadê eles? Correndo dos debates? Desprezando a oportunidade de prestar esclarecimentos à população? Para começar foi o debate do grupo "O Estado de São Paulo", que seria o primeiro destas eleições, no comecinho de julho, e foi inviabilizado pela ausência combinada dos candidatos que lideram as pesquisas de intenção de voto: Geraldo Alckmin (PSDB) e Marta Suplicy (PT).

Depois foram cancelados mais dois debates: o da TV Gazeta e o da Rede TV. O motivo? o mesmo! Agora o próximo debate está marcado para o dia 11 de setembro, outra vez na Bandeirantes. Outros dois estão pré-agendados: Record no dia 28 de setembro e Globo no dia 2 de outubro. Um intervalo muito grande sem o confronto direto entre os candidatos, que preferem se esconder na segurança da propaganda eleitoral, bem protegidos por seus marketeiros, a ter de enfrentar as câmeras, os adversários e, ao vivo, apresentar ao eleitorado o que pretendem fazer na Prefeitura de São Paulo.

Uma já foi prefeita. Diz que quer voltar para melhorar o que fez de errado. Criou taxas, institucionalizou o "toma-lá, dá-cá" na Câmara Municipal, loteou as subprefeituras, não implantou os conselhos de representantes. Mas quem garante que não vai errar de novo? Alega que está mais madura (e solta uma pérola como o "relaxa e goza").

Outro já foi até candidato a presidente. Vem também com a promessa de consertar Saúde, Segurança, Educação. Uai! Mas foi governador (e, antes, vice) e não resolveu nada disso na cidade, mesmo depois de 12 anos no poder. Por que ambos resolveriam tudo agora, como num passe de mágica? Outra pergunta: quem garante que ambos não vão usar a Prefeitura como trampolim para as eleições de 2010, seja para o Governo do Estado, seja para a Presidência da República? Ora, ora...

No "Diário da Campanha", Soninha comenta o assunto: "O Estadão ia fazer um debate entre os candidatos à Prefeitura. A Marta e o Alckmin decidiram não ir, e o jornal cancelou. A Gazeta ia fazer um debate entre os candidatos. A Marta e o Alckmin não vão, e eles cancelaram também. Quero só ver se vai ter o debate da Record", questiona a candidata do PPS à Prefeitura de São Paulo.

"Os assessores aconselham os candidatos que estão na frente nas pesquisas de intenção de voto a não ir aos debates – porque eles não teriam nada a ganhar e tudo a perder. Acho o fim da picada. Primeiro, achar que o debate pode ser assim tão decisivo. Teria de ser uma atuação desastrosa para perder votos potenciais, não? E eles temem ter uma atuação desastrosa, depois de tanta experiência, tanto preparo, tanto ´media training´, tanto aconselhamento da assessoria? Eu, hein...".

Veja aqui mais informações sobre a fuga combinada dos debates e um comentário crítico do Blog do PPS/SP sobre essa onda de favoritismo antecipado nas eleições, que engessa o debate e prejudica o confronto de idéias e propostas.