'Eu sei que as pessoas não me conhecem ainda', diz Soninha

Soninha concorre pelo PPS à Prefeitura de São Paulo. Candidata fez panfletagem durante caminhada.

Roney Domingos
Do G1, em São Paulo


Candidata à Prefeitura de São Paulo pelo PPS, a vereadora Soninha Francine percorreu nesta quarta-feira (30) as ruas do Centro de São Paulo, conversou com moradores de rua e deu entrevistas para seu vice, o cineasta João Batista de Andrade, que pretende transformar o conteúdo em material de campanha e documentário.

De calça jeans, tênis e camiseta, Soninha foi reconhecida por alguns eleitores, especialmente os mais jovens, mas enfrentou resistência de dezenas de pessoas ao entregar o panfleto de campanha.

"A televisão é muito decisiva. Eu sei que as pessoas não me conhecem", afirma ela, que confia nos 111 segundos de horário eleitoral e na intensificação da campanha de rua, "mais barata" para ganhar visibilidade.

"O primeiro desafio é a falta de interesse da população por qualquer candidato", disse a vereadora. De acordo com ela, parte das pessoas não sabe sequer que a campanha começou.

Sem caminhão de som e apenas com palavras de ordem, cerca de 50 militantes do PPS partiram da Rua São Bento em direção à Praça Ramos de Azevedo. A caminhada de aproximadamente 1 km demorou cerca de duas horas.

A pedido de um policial militar, Soninha conversou longamente com uma adolescente que deixou a familia em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, e reclamava, chorando, da falta de dinheiro até para comprar pão. Um dos assessores da candidata acompanhou a menina até um balcão da Comissão de Direitos Humanos, no Páteo do Colégio.

A candidata parou também para conversar com um morador de rua e com ambulantes desalojados que descansavam na escadaria do Teatro Municipal.

Provocação

Quando passava pela Rua XV de Novembro, a comitiva do PPS encontrou uma manifestação do PSOL, que disputa a Prefeitura com a candidatura do deputado federal Ivan Valente, ausente. O militante do PSOL que estava ao microfone provocou Soninha, que saiu do PT para entrar no PPS. "Não existe nenhuma campanha alternativa em São Paulo, de gente que se elege pelo PT e depois vira base de sustentação do prefeito."

Os militantes do PPS não deram atenção e continuaram gritando palavras de ordem. Soninha disse mais tarde que não ouviu a provocação. "Juro que não ouvi. A melhor forma de se livrar do constrangimento numa provocação é encarar o sarcasmo."

Soninha afirmou que a campanha pela sucessão em São Paulo continua em bom nível. "Estão discutindo mais propostas do que o normal", avalia.

Questionada sobre a inclusão do prefeito Gilberto Kassab na lista de candidatos processadospor improbidade administrativa ou eleitoral divulgada pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Soninha voltou a defender a lista, mas recomendou cuidado com julgamentos antecipados.

"Se ele (Kassab) tivesse questionado a lista suja, ele poderia dizer: tá vendo como a gente pode ser envolvido injustamente?", afirmou. Kassab apoiou a divulgação da lista que citava inicialmente a ex-prefeita Marta Suplicy e o ex-prefeito Paulo Maluf. Incluído na mesma lista cinco dias mais tarde, o prefeito disse que considera o episódio natural.