Soninha diz que está preparada para debate, mas que tem vergonha de pedir votos

Wanderley Preite Sobrinho
Folha Online

Apesar de se tratar de sua primeira disputa para um cargo majoritário, a vereadora e candidata à prefeita de São Paulo, Soninha Francine (PPS), afirmou nesta terça-feira que não só está preparada para o debate de amanhã na Band como tem mais experiência em debater do que os outros candidatos a prefeito. Soninha admitiu, no entanto, que tem vergonha de pedir votos durante o corpo-a-corpo com os eleitores.

Segundo a candidata, sua experiência em debater é maior do que em relação aos outros candidatos, mesmo nunca tendo participado de um debate eleitoral, já que se trata de sua primeira disputa para um cargo no Executivo. "Eu adoro debater. Se você juntar o quanto os candidatos todos já debateram nos últimos anos não dá um ano da minha vida debatendo", disse.

Mas ela admitiu que precisará se policiar para respeitar o tempo de um minuto e meio para cada candidato. "O meu desafio é lembrar de tudo o que eu quero dizer em um minuto e meio. Esse é o preparo que eu preciso."

Vergonha de pedir votos

Soninha participou hoje de uma caminhada de uma hora e meia pelo centro da cidade. Ela conversou com moradores de rua e vendedores ambulantes, mas entregava os folhetos de campanha com timidez. "Eu sempre tive muita vergonha de fazer campanha, pedir voto. Parecia que eu estava pedindo desculpas por importuná-los", disse. "Hoje eu já consigo fazer isso mais firmemente."

Ela disse que se considera desconhecida do eleitorado, mas que pode ganhar eleitores depois que começar o horário eleitoral no rádio e na televisão. Nesta manhã, ela até agradeceu os que aceitavam pegar seu folheto de campanha: "Obrigado por pegar o folheto. Tem gente que nem isso..."

Durante a caminhada ela passou por uma saia justa ao passar perto do candidato a vereador Dirceu Travesso, do PSTU, que apoia a candidatura a prefeito do deputado federal Ivan Valente (PSOL). Enquanto ela entregava folhetos na Rua 15 de novembro, ele alfinetou Soninha ao microfone.

"Tem gente que se elege pelo PT e depois vira base de sustentação do governo. Não existe nenhuma candidatura alternativa em São Paulo", disse. Soninha se elegeu vereadora pelo PT, mas deixou o partido para ingressar no PPS, que faz parte da base de sustentação do prefeito-candidato Gilberto Kassab (DEM).