Veja o manifesto de solidariedade a Soninha, pela coragem de criticar atuação da Câmara paulistana

Nós, cidadãos e cidadãs que ainda acreditamos que a ética e a transparência são essenciais à política e à democracia, repudiamos veementemente os atos de hostilidade contra a vereadora e candidata do PPS à Prefeitura de São Paulo, Soninha Francine, e consideramos inadimissível qualquer tentativa de intimidação ou ameaça de punição pelo simples fato de manifestar o seu pensamento e as suas opiniões.

Estamos todos solidários à vereadora Soninha neste momento, pela coragem de jogar luz sobre a obscuridade da Câmara Municipal de São Paulo - e pelo desprendimento de abrir mão de uma possível reeeleição como vereadora para entrar em uma campanha majoritária e influenciar decisivamente nos rumos do debate político e programático da cidade.

Quando Soninha afirmou na sabatina do jornal "O Estado de S. Paulo" que os vereadores paulistanos fazem acertos de todos os tipos e diferentes nuances, mais ou menos republicanas, para a aprovação de projetos na Câmara, foi como se riscasse um fósforo sobre um barril de pólvora.

A grande maioria dos vereadores simplesmente não admite que algum de seus pares questione as práticas e métodos próprios do parlamento paulistano. Quase como o "código de honra" da máfia, que manda exterminar quem se opõe às regras do crime organizado, alguns vereadores pedem a cabeça de quem ousa questionar o modus operandi das negociações realizadas na Câmara Municipal.

Não é segredo para ninguém que os projetos de lei - seja de iniciativa do Executivo ou dos vereadores - só entram em pauta após acordo entre os líderes partidários. Como se chega a esses acordos é o grande tabu - que a imprensa não aprofunda e que Soninha vem apontando desde o seu primeiro ano de mandato, sem grande repercussão.

Agora que é candidata à Prefeitura, as mesmas declarações ganham um enfoque diferenciado. Mas a nossa indignação é a mesma de Soninha contra essa prática dos vereadores paulistanos - que, em vez de pedirem a apuração das acusações e o esclarecimento das suspeitas, querem a punição da acusadora. Muito singular este senso de justiça e transparência.

Porém, São Paulo reivindica um novo parâmetro ético para qualificar o debate e dignificar a nossa representação política. Assim, a postura de Soninha deixa de ter apenas um caráter partidário para se transformar em um clamor de todos aqueles que amam esta cidade e desejam resgatar os sonhos e a esperança de uma sociedade mais digna, justa e humana.


Roberto Freire, presidente nacional do PPS; João Batista de Andrade, cineasta e ex-secretário estadual da Cultura; Paulo Baia, professor do Departamento de Economia da PUC; Lauro Cesar Muniz, autor de teatro e televisão; Ignácio de Loyola Brandão, escritor e jornalista; Laerte, cartunista; Lars Grael, velejador; Fernanda Takai, cantora; Bemvindo Sequeira, ator, diretor, autor e produtor cultural; Sérgio Salomão Shecaira, professor titular de Direito Penal da USP; Alberto Aggio, historiador e professor livre-docente da Unesp; Marco Antonio Villa, professor da Universidade Federal de São Carlos; Clarice Herzog, publicitária; Arrigo Barnabé, músico; Cláudio Kahns, cineasta; Ana de Hollanda, cantora e compositora; Gunnar Carioba, administrador; Tereza Vitale, coordenadora nacional de Mulheres do PPS; Hercídia Mara Facuri Coelho, pró-reitora acadêmica da Universidade de Franca; Luís Mir, historiador; Dina Lida Kinoshita, doutora em física da USP e membro da Cátedra UNESCO de Educação para a Paz, Direitos Humanos, Democracia e Tolerância; Giovanni Menegoz, tradutor; Tibério Canuto, jornalista; Eliete Negreiros, cantora e pesquisadora de música popular brasileira; Silvano Tarantelli, jornalista; Rosana Chiavassa, advogada; Claudio Fonseca, presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação do Ensino Municipal; Wanderlei Silva, diretor do Polo de Cinema e Video do DF; Diógenes Botelho, jornalista; Arnaldo Jardim, deputado federal; Davi Zaia, deputado e presidente estadual do PPS de São Paulo; Carlos Fernandes, presidente municipal do PPS de São Paulo; Nelson Teixeira, secretário-geral do PPS de São Paulo; Moacir Longo, presidente de honra do PPS; Maurício Huertas, jornalista e coordenador do Movimento Vergonha Nunca Mais, pela Ética na Política.

VEJA AQUI AS ADESÕES MAIS RECENTES.

IMPORTANTE: A participação é aberta a qualquer cidadão. Nesta página estão listadas apenas as assinaturas iniciais do documento. A íntegra dos nomes dos apoiadores será atualizada e divulgada aqui no decorrer dos dias.

Para aderir ao manifesto, envie um e-mail para: vergonha@uol.com.br



Para entender o caso:

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