
"Se ela confirmar e tiver provas, vamos abrir uma CPI para punir os culpados. Se não, é injúria, calúnia e difamação", afirma o líder do DEM, que tem a cara-de-pau de ignorar as denúncias sobre troca de favores e loteamento de cargos no governo para tentar punir Soninha por "falta de decoro".
Na terça-feira, Apolinário havia subido à tribuna, já no fim da sessão, para, segundo ele, "fazer um pronunciamento em defesa da Câmara". Apolinário discursava sobre o discutível sistema de aprovação de projetos na Casa, em que todos os vereadores têm a garantia de aprovar o mesmo número de projetos (independente do mérito de cada proposta, o que leva a absurdos como a recente aprovação, num mesmo dia, de dois projetos contraditórios: um que ampliava o rodízio de carros na cidade e outro que o extinguia).

Soninha reafirmou sua crítica aos métodos da Casa, e reafirmou que a base para a aprovação de projetos é o acordo político, sem debates sobre a relevância dos temas. "A Casa funciona assim e não vai mudar", rebateu Apolinário.
A candidata do PPS ainda defendeu seu ponto de vista, de que é preciso haver análise sobre a relevância de cada projeto para a cidade e mais transparência sobre os métodos da Câmara, mas foi uma voz isolada no plenário. Veja aqui o relato de Soninha sobre este episódio.
Cadeiras vazias aprovam requerimentos na Câmara
Na foto abaixo, o flagrante de mais um despropósito cometido na Câmara Municipal. O vereador Adilson Amadeu (PTB), vice-presidente da Casa, presidia a sessão ordinária de terça-feira e colocou a votos a solicitação do colega Jooji Hato (PMDB) para considerar "lidos os papéis" sobre a mesa (um conjunto de requerimentos e documentos que são despachados normalmente sem que ninguém ao menos tome conhecimento do que se trata).
O presidente da sessão abriu a votação simbólica, como de praxe, anunciando em ritmo de locutor de páreo no jóquei: "A votos. Os vereadores que concordarem permaneçam como estão. Aprovado." O detalhe insólito: dos 55 parlamentares, só a vereadora Soninha estava no plenário, além do próprio Amadeu na presidência da sessão e Hato em pé no microfone. Mas até a matemática da Câmara paulistana é um caso à parte. Três de 55 acabam virando maioria absoluta. Ou seja, cadeiras vazias ganham uma votação. Afinal, quem se preocupa com esses "detalhes"?

Soninha é a única vereadora presente no plenário; mesmo assim, votação é realizada como se houvesse quórum